SUBMISSÃO DE TRABALHOS
O evento destina-se à apresentação de trabalhos desenvolvidos nos programas de pós-graduação do Instituto de geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC/UFMG). Para submeter seu trabalho a avaliação é necessário que o proponente seja discente de um desses programas ou que tenha defendido sua dissertação ou tese a partir do segundo semestre de 2018.
Serão selecionados três trabalhos por eixo temático para apresentação.
Eixos temáticos
Eixo 1: Geociências e gestão de crises e desastres
Em 2020 a sociedade se viu de frente a maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Situações adversas, que modificam o dia a dia das populações são recorrentes nas diferentes partes do globo, sejam elas naturais ou antrópicas, no entanto, a pandemia do novo coronavírus escancarou uma realidade latente, embora estejamos separados por fronteiras, estamos todos no mesmo planeta e podemos ser atingidos simultaneamente por fenômenos e processos para os quais não estávamos necessariamente preparados. Períodos como esse, são também catalisadores do conhecimento humano, a necessidade de se solucionar problemas nesta escala exige um esforço coletivo no desenvolvimento de conhecimento e é reconhecendo o papel da academia e sua capacidade analítica que essa mesa temática se baseia, com o objetivo de trazer luz aos estudos que estão sendo desenvolvidos pelas geociências na gestão das crises e desastres a partir de questionamentos como: qual o papel da Geociências na gestão de desastres e crises? Como os Geocientistas podem apoiar na identificação, mitigação e respostas aos desastres tais como incêndios florestais, inundações, rompimentos de barragens ou até mesmo a crise sanitária provocada pelo novo corona vírus ou a crise hídrica que a muito tempo já nos preocupa, ou a própria crise econômica?
Eixo 2: Geociências, políticas públicas e terceiro setor
A análise da formulação e implementação de políticas públicas pode oferecer subsídios para entender sobre determinadas atuações das diferentes esferas de poder nos diferentes territórios. Analisá-los pelo viés geográfico possibilita olhar para as diversidades existentes e os possíveis conflitos, as barreiras e as incongruências. Entram em cena atores públicos, privados, relações de poder, democracia, leis, propriedade da terra, o território como um todo, direitos, governos, Estado, comum e particular, além de se destacar nesse quesito a atuação do terceiro setor sobre o direcionamento e aplicação das políticas públicas. Este tem o papel de assumir para si o que o Estado deixa de fazer, teoricamente sem visar lucros, arregimentado no voluntariado e na sociedade civil organizada, benevolente e solidária. Assim, esta linha de pesquisa pretende abarcar a atuação dos geocientistas e seus conhecimentos e compromissos legais e morais na análise e proposição de políticas públicas que possibilite a tomada de decisões, sobretudo a partir do desenho espacialmente explícito de cenários políticos e socioambientais.
Eixo 3: Geociências e recursos naturais
Em todas as etapas da história da humanidade os recursos naturais tiveram papel chave em seu desenvolvimento, antes elemento fundamental para a sobrevivência humana, fornecendo itens essenciais como alimento, água, abrigo, e mais tarde para produzir excedente, especialmente após a Revolução Industrial. Atualmente, o que mais se destaca no que se refere a este assunto é a preocupação sobre a exploração dos recursos e a manutenção deles para gerações futuras. Com uma população mundial em torno de 7 bilhões de pessoas e uma economia majoritariamente capitalista, a explotação de recursos para sustentar este sistema é uma questão que interessa ao campo das geociências por esta abranger a expertise necessária para avaliar os projetos de uso e exploração dos recursos de maneira sustentável e que permita o desenvolvimento social. Assim, este eixo pretende abarcar os estudos que investiguem as dinâmicas naturais e suas relações com a ocupação e exploração do espaço.
Eixo 4: Geociências e abordagens territoriais
O território enquanto categoria e conceito de análise do espaço, consegue abarcar uma diversidade de abordagens temáticas, por dialogar tanto nos aspectos conceituais quanto práticos do/no espaço, sendo assim, um elemento amplamente interdisciplinar. Dada a conjuntura de uma crise que afeta vários aspectos da vida cotidiana e da sociedade como um todo, como as ações em torno da gestão, ordenamento e planejamento territorial tem sido influenciada pela atual conjuntura? As territorialidades e as relações mais subjetivas com o espaço e sua apropriação tem sido afetadas? Esta linha foi pensada para abarcar estudos que tenham como ponto de partida na análise, o conceito/ categoria território (em contexto urbano ou rural), e que tragam reflexões sobre os aspectos que tem impactado (positiva e/ou negativamente) territórios e territorialidades em diálogo com o contexto atual.
Eixo 5: Geociências e infraestrutura
Como parte das atribuições da União, conforme a Constituição Federal brasileira (Brasil, 1988), compete a ela a elaboração e execução dos planos nacionais e regionais de ordenação do território e do desenvolvimento econômico e social. Neste contexto, o planejamento estratégico que contemple cenários de viabilidade de mercado, econômico, social e ambiental são imprescindíveis. Considerando o Plano Nacional de Logística (2021) que apresenta as regiões prioritárias para desenvolvimento, o desafio de cumprimento da ODS 9 referente a Indústria, Inovação e Infraestrutura que seja resiliente, inclusiva e sustentável questiona-se: como a Geociência e o Geocientistas podem contribuir no fomento de gestão da paisagem e elaboração de políticas públicas aplicados?
Eixo 6: Geociências e educação
O potencial de contribuição das geociências à educação escolar decorre da sua própria natureza, como área que trata dos elementos naturais e humanos em sua configuração espacial. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define a geografia como um componente fundamental para a compreensão do mundo, a vida e o cotidiano, desenvolvendo nos alunos uma forma de perceber e analisar criticamente a realidade. O interesse acadêmico sobre o assunto é importante para o estabelecimento de metodologias que possam melhorar e adequar cada vez mais o ensino frente às mudanças tecnológicas e sociais. Destaca-se aí, o desafio atual de manter um ensino de qualidade diante das restrições que a pandemia da COVID-19 impôs a todos. Assim, esta linha de pesquisa pretende abarcar estudos que se dirigem a relação aluno/professor, os métodos didáticos e a relação saber/aprendizagem.
Eixo 7: Geociências e dinâmica da paisagem
A história humana está diretamente relacionada à intervenção na paisagem, onde os elementos naturais têm se tornado cada vez mais raros fazendo necessária a atuação das geociências na manutenção dos ecossistemas. As técnicas atuais de planejamento e gestão da paisagem visam a melhoria da qualidade visual de áreas e provisão de serviços ambientais, o que resulta em ambientes ecologicamente equilibrados, melhorando a imagem do setor florestal e criando o turismo ecológico. A interação com o meio na forma de lazer e preservação ambiental é um ganho socioambiental. Dessa forma, permite aos indivíduos desfrutar da natureza, seus benefícios e assegura que os recursos naturais e os serviços que ecossistemas equilibrados fornecem, estejam disponíveis para as gerações futuras. Nesse sentido, esta linha de pesquisa pretende abarcar os estudos que abordem a temática da dinâmica da paisagem influenciada pelos seus diversos usos, desde a conservação à atividade turística.
Eixo 8: Geociências e geotecnologias
As análises espaciais são o cerne da atuação dos geocientistas. A cartografia consiste em uma das principais ferramentas desses profissionais permitindo a contextualização espacial dos fenômenos geográficos e a compreensão sobre as dinâmicas a eles associadas. Junto à cartografia, as geotecnologias contribuem para a avaliação de dados espaciais revelando as conexões complexas entre sociedade e natureza. As soluções de hardware e software tornam-se cada vez mais interativas e integrativas, possibilitando, inclusive, a distribuição facilitada de dados produzidos em pesquisas. Assim, este eixo pretende abarcar trabalhos onde o envolvimento das geotecnologias na análise espacial é fundamental para a leitura dos fenômenos estudados, compreendendo a cartografia, a modelagem cartográfica, o geoprocessamento, o sensoriamento remoto, dentre outras.